Algum tempo atrás estava a minha filha Ana fora, tinha ido de férias. Tinha-lhe pedido para me escrever todos os dias umas palavritas por poucas que fossem. Assim fez. Todos os dias depois de jantar lá ia eu ler o mail que ela me enviara, e ao qual eu respondia tentando sentir-me mais perto dela.
Numa das vezes, a propósito do mais trivial assunto, lá veio o termo tão vulgar na sua idade “…bues”. Estranhei, já não é palavra que faça parte do meu quotidiano. Então aconselhei-a:
“ Cada vez que utilizares bues, experimenta colocar um L entre o B e o U. BLUES fica muito melhor que bues… Experimenta ouvir!”
Na volta do correio retorquiu ela: “És tão cromo pai.”
A partir dessa ocasião agradou-me muito mais o modo como ela me via: de cota passei a cromo. Agora sim!
Vem esta história a propósito do dia seguinte a um aniversário (em que formalmente nos tornamos mais cotas), em que sabe bem reparar afectos e interiorizar o que na véspera foi exteriorizado. É altura para pensar no que nos trouxe até aqui e naquilo que nos vai levar mais além, nomeadamente nas pessoas que nos rodeiam, os nossos próximos.
Talvez o ser cota não seja mais do que um estado de espírito.
Entretanto não creio que a Ana se tenha habituado a ouvir blues…
:):):) Pode ser que os venha a descobrir sozinha. É aquilo que todos fazemos :):)
ResponderEliminar