terça-feira, 31 de maio de 2011

Desistir de Portugal ?!

Surgiu mais uma pedra preciosa no turbilhão das campanhas que nos têm assolado. Um dos candidatos a eleito afirmou: “A abstenção ou o voto em branco, é desistir de Portugal”.

Primeira questão: quem me explica de forma óbvia, objectiva e clarinha, o que significa “…desistir de Portugal”?
Segunda questão: Será que houve aqui um engano conveniente e estava a referir-se não a Portugal, mas sim aos que têm governado Portugal?
Terceira questão: Não terá já ouvido esse candidato, as pessoas que afirmam que estão fartas dos políticos? Já terá ouvido alguém dizer que esteja farta de Portugal?

É infeliz e muito escorregadio confundir uma coisa com a outra. Aqueles que escolhemos são escolhidos para nos representar (a nós e ao país), não são o país, as eleições são para se escolherem pessoas, não são para se escolher um país.
Quanto muito a abstenção ou o voto em branco, poderá significar a recusa dos candidatos ou do jogo que eles tanto gostam. Expliquei-me ou é preciso fazer um desenho?
Neste caso temos então um voto nulo, o que a crer no candidato já não é desistência.

segunda-feira, 30 de maio de 2011

domingo, 29 de maio de 2011

Camarad’eco

Quando o chefe abre a boca, logo ouve o eco entre os seguidores. Se entre estes se encontrar algum camarada cá temos então o chamado camarad’eco.
 
Espécie vulgar na nossa natureza, ainda não divulgada pelo National Geographic:
Dissimula-se com facilidade no ambiente, passa despercebido frequentemente.
Apresenta grande habilidade para atitudes miméticas sobretudo quando na presença do leader.
Consegue sobreviver integrando-se em rebanho, não conhecendo o conceito de autonomia.
Não tem propensão para tomar iniciativas próprias e a criatividade não é uma das suas características.
Nos tempos que atravessamos costuma expor-se e fazer-se ouvir sem receios. É muito raro haver predadores para esta espécie

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Para obras

Mais uma empresa que encerrou, pediu insolvência. Foram colocadas nas montras das lojas cartazes que comunicavam: PARA OBRAS.
Trata-se de um eufemismo com muita propriedade, ou com a falta dela.
Enquanto não for colocado cartaz semelhante no mapa de Portugal, cá nos vamos desenrascando, como é nosso timbre. Quando um dia o país encerrar e nos virmos gregos (atenção à Grécia…), quantos de nós estarão capazes de ir trabalhar p’ràs obras? … será que haverá obras nessa ocasião?
Não desanimem: haveremos então de nos continuar a safar com os expedientes habituais. Provavelmente nem acharemos grandes diferenças, já estamos tão habituados a ouvir falar constantemente de crise há mais de 30 anos…que não vamos alterar a nossa atitude!

quarta-feira, 25 de maio de 2011

terça-feira, 24 de maio de 2011

As nossas cruzes

Abriu a campanha, abriu formalmente a caça ao voto.
Esta é a ocasião em que os políticos nos pedem o voto, nas outras ocasiões pedem-nos outras coisas: para além de sacrifícios, costumam pedir-nos para não vermos, não ouvirmos, não falarmos. Desta vez pedem-nos atenção, ver e ouvir, porque o falar continua a não ser preciso. O que é preciso é meter o papelinho na ranhura com a cruz no sítio.

Na época do defeso pôr a cruz num nome significa riscar esse nome, significa que a pessoa com esse nome deixa de ter significado, deixa de ter importância. Na época venatória (ao voto) ao pôr uma cruz à frente de um nome, pretende-se escolher esse nome (partido).
Porque nos pedem para mudar a prática comum?

Há também ocasiões em que colocamos as cruzes em cima de números, como o totoloto ou euromilhões por exemplo. Aí escolhemos os números que queremos e depois é uma questão de sorte ou azar.
Para nossa sorte ou azar, vamos então colocar as cruzes nos boletins de voto ou às nossas costas?

segunda-feira, 23 de maio de 2011

domingo, 22 de maio de 2011

Da fraqueza da carne

Temos agora Strauss-Kahn - quem se lembraria de atribuir este nome a uma pessoa? – que assediou/agrediu uma empregada de hotel. Ouvi apelidar o  Strauss-Kahn de femeeiro. Como contraponto a mulherengo, acho muito bom (o termo, não o indivíduo)!
Chimpanzé com cio também lhe ficará bem.
O âmbito não é exactamente o mesmo, a classificação é de outro nível mas a carne continua fraca!

sábado, 21 de maio de 2011

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Bonito coro

“Não reconheço autoridade para me criticar, a quem não fez melhor do que eu.” Zé dixit.

Suponho que se estava a referir a cargos políticos. Por que nunca ocupei nenhum cargo político, não tenho autoridade para criticar o Zé. Em qualquer âmbito nunca andei a fazer o que fez o Zé, portanto não posso abrir a boca para criticar o Zé.
Como eu, quase todos nós não tivemos as responsabilidades do Zé, não fizemos melhor (nem pior), quase todos nós não podemos emitir opinião contra o Zé. Vai o Zé ficar a falar sozinho, vai ser óptimo!
Infelizmente as coisas não se vão passar assim. Vai continuar a haver alguns poucos que continuarão a concordar com o Zé, que poderão emitir opinião. Mas serão só esses que terão autoridade para se pronunciar. Bonito coro, já imaginaram?

É assim que certas pessoas gostariam de viver, eu não.

quarta-feira, 18 de maio de 2011

terça-feira, 17 de maio de 2011

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Falsos pudores

A cada passo vejo atitudes - …como dizer? - pouco de acordo com o instituído. (“Politicamente correcto”, está a passos de passar de moda).
Aqui há dias o putativo ministro das finanças, acerca da presente discussão pública, disse: … “são pentelhos”. Fosse americano diria provavelmente “peanuts” e ninguém levaria a mal.
Há tempos atrás assistimos aos indicadores do então ministro da economia.
Muito mais atrás tivemos um primeiro-ministro (Pinheiro de Azevedo) mestre em tiradas preciosas:
- Estar sequestrado é uma coisa que me chateia… (quando o povo cercou a Assembleia)
- Bardamerda p’ró fascista! (quando o mesmo povo o apelidava de fascista)
Temos aqui exemplos em como eles, os eleitos, as elites, são como nós, são da mesma massa. Disse alguma asneira?
Estamos, nós e eles, pouco adequados aos tempos que passam. Queixamo-nos que os políticos não nos entendem, que não entendemos os políticos, que eles estão muito longe de nós, que lhes falta subir ao povo (como diria Pedro Homem de Melo).
Porque não nos deixamos de hipocrisias e de falsos pudores? Salvo os exageros, é assim que a maior parte de todos nós se comporta no dia-a-dia. Quando nos apercebermos que eles são como nós, passamos o ónus da prova para o lado deles: serem eles a perceber que nós somos como eles, não somos qualquer espécie aparte. Para chegarem até nós têm que ser da nossa gente.

domingo, 15 de maio de 2011

Quando fala um Português

Como disse o próprio: "...algures entre Braga e Nova Iorque."
Não creio que se estivesse a referir aos Açores.

sábado, 14 de maio de 2011

90 anos, Professora

Vi na televisão um daqueles casos que deixa qualquer um a pensar:
Uma senhora do 90 anos que continua sendo professora, na escola, e que ainda dá explicações aos fins de semana!
Uma pessoa assim já ultrapassou o estatuto de professora. Desde que mantenha clarividência e discernimento (… que conceitos mais subjectivos, porra!), já não é professora, é Sábia!
Os seus “alunos”, os que a ouvem, aprendem muito mais do que a área do quadrado ou a construção/divisão de orações. Apreendem outras coisas, passam a conhecer o que será uma perspectiva experimentada da vida. Em vez de informações os seus miúdos recebem conhecimentos, estão face ao saber!
O que temos a saber de pessoas como esta, não é incompatível com a informação com que somos bombardeados constantemente através dos media actuais, é complementar. Se tivermos o engenho de conseguir aliar a informação ao saber, não sei se teremos tudo a ganhar, mas de certeza que não teremos nada a perder.

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Ser Poeta



XIÇA QUE ARREPIA !!!!

terça-feira, 10 de maio de 2011

Novas Qualidades

Sabemos bem como fazer, sabemos igualmente o sabor da falha, ou seja, o não fazer bem. Talvez não saibamos de facto o que será fazer deliberadamente mal feito.
Para as pessoas honestas, o “deliberadamente mal feito” é problema que não se coloca. Silogismo simples, portanto: quem tem o propósito de fazer mal feito, é propositadamente desonesto.
Será que existe esta raça? Dúvidas?
Mas…
cá está o terrível “mas” que tantas vezes nos destrói pela base convicções e ideias arreigadas, quantas vezes preconceitos nunca antes contestados. Continuando:
Mas eis que aqueles que estão sob a apreciação constante de todos nós assumem em pleno este paradigma:
Que interessa o que foi dito ou feito, se agora é conveniente agora afirmar exactamente o contrário?
Coerência: para as urtigas, pois claro!
Verticalidade de carácter: o que é isso?
Respeito por quem confiou: “…não faz parte!”
Estamos muito fartos que os eleitos sejam assim. O que fazer?! Talvez…
Refugiarmo-nos no nosso canto, no conforto dos nossos relacionamentos mais chegados, pode fazer muito bem ao nosso ego. Contudo há constantemente ocasiões em que os nossos valores e princípios são confrontados com as incongruências de outrem, nessas ocasiões percebemos que não somos o centro deste mundo, que o envolvimento está alerta para nos esfregar alguma da realidade no nariz.
Lá vamos nós então prestar atenção ao que nos rodeia, dar a mão, pedir a mão (ou qualquer outra coisa) ao outro, é isto o relacionamento e a construção de expectativas: dar e esperar receber.
Quando se trata dos eleitos tudo é especialmente importante, porque os desvios relativamente ao que se espera podem levar à revolução nas mentalidades, conferindo significado ao pensamento:
“Todo o mundo é composto de mudança, assumindo sempre novas qualidades”.

domingo, 8 de maio de 2011

Europês

Recordando um texto antigo, sabe-se lá de quem porque a net facilita o anonimato, mas muito a propósito dos dias que correm:

The European Commission has just announced an agreement whereby English will be the official language of the European Union rather than German, which was the other possibility.
As part of the negotiations, the British Government conceded that English spelling had some room for improvement and has accepted a 5 year phase in plan that would become known as "EuroEnglish".

ln the first year, "s" will replace the soft "c". Sertainly, this will make the sivil servantsjump with joy. The hard "c" will be dropped in favour of "k". This should klear up konfusion, and keyboards kan have one less letter.

There will be growing publik enthusiasm in the sekond year when the troublesome "ph" will be replaced with "f" This will make words like fotograf 20% shorter.

ln the 3rd year, publik akseptanse of the new spelling kan be expekted to reach the stage where more komplikated changes are possible.
Governments will enkourage the removal of double letters which have always ben a deterent to akurate speling. Also, al wil agre that the horibl mes of the silent "e" in the languag is disgrasful and it should go away.

By the 4th yer people wil be reseptiv to steps such as replasing "th" with "z" and "w" with "v".

During zefifz yer, ze unesesary "o" kan be dropd from vords kontaining “ou" and after ziz fifz yer, ve vil hav a reil sensibl riten styl.
Zer vil be no mor trubl or difikultis and evrivun vil find it ezi tu understand ech oza. Ze drem of a united urop vil fmali kum tru.

Und efter ze fifz yer, ve vil aI be speking German like zey vunted in ze forst plas.

sexta-feira, 6 de maio de 2011

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Não tens mais nada para fazer?

Eis que cá está a questão: ter ou não ter mais nada para fazer!
O busílis é que esta questão arrasta outras:
Ter para fazer, onde? Quando? Com quem e com quê?
Temos que nos situar no espaço, no tempo e nos conhecimentos.

Cá para mim não tenho problema: sou magrinho, não preciso de muito espaço; felizmente giro o meu tempo (… o que não que dizer que o tempo gire à minha volta, ou que eu ache o tempo giro); e quanto aos conhecimentos cá me vou amanhando – o último foi Chet Baker.

Mas como dizia a outra, isto não interessa nada. O que realmente interessa é a gente estar atenta. Ora façam o favor…