terça-feira, 24 de maio de 2011

As nossas cruzes

Abriu a campanha, abriu formalmente a caça ao voto.
Esta é a ocasião em que os políticos nos pedem o voto, nas outras ocasiões pedem-nos outras coisas: para além de sacrifícios, costumam pedir-nos para não vermos, não ouvirmos, não falarmos. Desta vez pedem-nos atenção, ver e ouvir, porque o falar continua a não ser preciso. O que é preciso é meter o papelinho na ranhura com a cruz no sítio.

Na época do defeso pôr a cruz num nome significa riscar esse nome, significa que a pessoa com esse nome deixa de ter significado, deixa de ter importância. Na época venatória (ao voto) ao pôr uma cruz à frente de um nome, pretende-se escolher esse nome (partido).
Porque nos pedem para mudar a prática comum?

Há também ocasiões em que colocamos as cruzes em cima de números, como o totoloto ou euromilhões por exemplo. Aí escolhemos os números que queremos e depois é uma questão de sorte ou azar.
Para nossa sorte ou azar, vamos então colocar as cruzes nos boletins de voto ou às nossas costas?

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