A cada passo vejo atitudes - …como dizer? - pouco de acordo com o instituído. (“Politicamente correcto”, está a passos de passar de moda).
Aqui há dias o putativo ministro das finanças, acerca da presente discussão pública, disse: … “são pentelhos”. Fosse americano diria provavelmente “peanuts” e ninguém levaria a mal.
Há tempos atrás assistimos aos indicadores do então ministro da economia.
Muito mais atrás tivemos um primeiro-ministro (Pinheiro de Azevedo) mestre em tiradas preciosas:
- Estar sequestrado é uma coisa que me chateia… (quando o povo cercou a Assembleia)
- Bardamerda p’ró fascista! (quando o mesmo povo o apelidava de fascista)
Temos aqui exemplos em como eles, os eleitos, as elites, são como nós, são da mesma massa. Disse alguma asneira?
Estamos, nós e eles, pouco adequados aos tempos que passam. Queixamo-nos que os políticos não nos entendem, que não entendemos os políticos, que eles estão muito longe de nós, que lhes falta subir ao povo (como diria Pedro Homem de Melo).
Porque não nos deixamos de hipocrisias e de falsos pudores? Salvo os exageros, é assim que a maior parte de todos nós se comporta no dia-a-dia. Quando nos apercebermos que eles são como nós, passamos o ónus da prova para o lado deles: serem eles a perceber que nós somos como eles, não somos qualquer espécie aparte. Para chegarem até nós têm que ser da nossa gente.
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