terça-feira, 21 de junho de 2011

AZUL / BENFICA

O Slay, era e ainda é um “meu” daqueles... Há quem lhe chame outros nomes, mas isso é outra história .... Gostava muito de deambular pelas ruas.
Houve um dia em que um cão sem dono (se fosse pessoa dir-se-ia sem abrigo), o acompanhou, no princípio um metro e meio um pouco mais atrás, mas logo e com facilidade passou para o lado a lado.
O cão tinha uma barbicha mal amanhada, qual cabrito das fragas. Tinha também uma nítida doença de pêlo. O Slay não se atrapalhou e levou-o à drogaria.
Pede azul de metileno. Aplica o azul de metileno no bicho, que passa a passear pintado de azul, agora francamente lado a lado com o Slay. O Slay adopta o cão. Dá nome ao cão: AZUL.
... melhor ainda: BARBA AZUL DE METILENO (Azul, para os amigos, Barba Azul de Metileno, para os mais entendidos... com o Slay).

Numa das várias deambulações, lá vai o Azul com o Slay ao café. As velhotas da costura e tricot, com lugar cativo pelas tardes do café, acham piada ao cão e perguntam:
-- Como se chama o cão?
-- Ele gosta muito de açúcar. -- Atalha o Slay, atrapalhando a conversa.
Acto contínuo, uma das senhoras despeja um pacote de açúcar no chão. O cão lambe todo o açúcar dirigindo-se para a senhora com os olhos pedindo por mais.
-- Como se chama o cão? – Repete a senhora.
-- Barba Azul de Metileno! -- Responde então o Slay.
-- Ah! – Exclama uma das senhoras, surpreendida.
-- “Á” de Açúcar! – Completa o Slay.
– O nome dele é BARBA AZUL DE METILENO A DE AÇÚCAR. – Reitera.
Assim ficou o cão com nome completo atribuído, com apelido. Toda a audiência desse café ficou perfeitamente elucidada e muito bem compenetrada quanto ao nome do cão. A convicção do dono quanto ao nome do cão, não só não deixou dúvidas, como desde logo fixou por pública aceitação, o respectivo nome.
A partir desse dia toda a gente ficou a saber que o cão do Slay se chamava, por nome quase passado em Notário, BARBA AZUL DE METILENO A DE AÇÚCAR.

Alguns dias depois, continuando a deambular com o dono, e agora já com abrigo, o Azul teve uma das daquelas necessidades incontinentes, arriou os quadris traseiros e depositou uma bosta bem aviada, bem no meio do passeio público.
Azar dos azares, logo se cruza um cívico de farda e chapéu (GNR, está mais que visto). Face ao presente, logo pergunta ao Slay se o cão seria dele.
-- Concerteza! O cão é meu.
-- Tem os documentos do cão? – Pergunta o guarda.
-- Documentos?! Não, não tenho.
-- Como se chama o cão? – Insistiu o guarda.
Aí o Slay olhou para o guarda de alto a baixo, fazendo um compasso de espera, fez a maçã de Adão subir e descer duas vezes, sem saber como responder francamente e para não ter que expor ao guarda uma história quase inverosímil, que aliás poderia passar por abusiva para com a autoridade, acabou por disparar:
-- BENFICA!

1 comentário:

  1. LOL LINDO! Não sabia dessa. Mas foi AZUL até morrer :):)

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