domingo, 14 de agosto de 2011

O desejo de abalar

Já aconteceu várias vezes: por uma razão ou por outra, levar uma pessoa amiga ao aeroporto.
Na altura da despedida atravessa-me uma sensação única, a vontade de também ir, a vontade de sair, de mudar. Dou comigo recordando outras ocasiões em que eu próprio apanhei voo. Logo sinto os pés em terra lembrando que tenho a minha vida toda “montada” por cá.
O desejo de abalar transforma-se em sensação esquisita, mistura-se contraditoriamente com uma espécie de saudade antecipada. É o querer e o não querer simultaneamente. Ao sonho do “el dorado” lá de fora, junta-se o apego à “minha gente”. Existem lado a lado uma necessidade oculta de mudança, e, uma ancoragem irritantemente presente ao que me rodeia.
Este mix de sentimentos não me deixa nada confortável, faz-me lembrar os Trovante “…entre as dúvidas do que sou e onde quero chegar”. O que me safa é que o dilema desaparece do mesmo modo que apareceu: rapidamente.
Vamos lá então à vidinha, que me esperam problemas para resolver e preocupações para ultrapassar…

1 comentário:

  1. :):) Acontece-me o mesmo. Safa-me a certeza de que nem sempre lá fora é sinal de El Dorado, mas continua sempre a irritar-me o cá dentro não ser como deveria :):)
    Quando é que nos encontramos todos outra vez? :):)

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