segunda-feira, 11 de julho de 2011

Justificação

Tive que tratar de um assunto junto de um médico, num centro de saúde público.  
Para lá fui logo de manhãzinha contando que quanto mais cedo lá estivesse, mais depressa me despacharia – pensava eu. Porque não era urgente e porque não tinha marcação (as marcações foram feitas com 4 semanas de antecedência), chamaram-me ao fim da manhã, isto é, passei meio dia de espera.
À saída reclamei no guichet:
- Não faz sentido perder uma manhã inteira para obter um papel!
Respondeu-me a senhora de serviço:
- Se quiser passamos-lhe uma justificação para o tempo que aqui esteve.
- Minha senhora, a justificação não me faz falta! Tinha compromissos assumidos, aos quais faltei. Não fiz o que deveria ter feito!

É esta a mentalidade instalada, não só nos serviços públicos: a preocupação não é fazer bem, não é a eficácia, é a justificação! Será que pensam que a justificação é produção?
Não fazer é irrelevante, importante é explicar porque não foi feito.
As consciências ficam então tranquilas.

1 comentário:

  1. Os serviços públicos estão cheios de gente incompetente. Gente que está a trabalhar porque conhecia alguém que conhecia alguém...infelizmente é assim. Esperemos que isso, com o tempo, acabe. Quanto mais não seja porque o nível de escolaridade, quer se queira quer não, sempre vai subindo um bocadinho.
    Beijinhos

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